Como o país vive um momento de grandes incertezas nos campos político e econômico, a maior parte dos dirigentes das empresas encontra-se temerosa em relação àquilo que vem pela frente e uma pergunta não lhes sai da cabeça: “O que esperar de 2016?”.

O fato é que não devemos esperar nada deste novo ano. Precisamos, sim, saber muito bem o que queremos que aconteça ao longo dele e fazermos tudo aquilo que está ao nosso alcance para chegar lá. Parafraseando Peter Drucker, é hora de “construir o futuro”.

O fundamento desse raciocínio está na diferença entre os verbos esperar e esperançar. Esperar tem a ver com o não agir e o não tomar decisões até a concretização de um evento que se tem por certo, provável ou desejável. Por outro lado, esperançar é almejar, buscar, agir.

As pessoas que esperam têm a atitude passiva de aguardar que algo lhes ocorra, vivendo no campo da probabilidade e do conformismo. “Espero que as coisas se resolvam a tempo” ou “Tomara que o cliente dê um retorno para nós”. Já os indivíduos esperançosos dirigem esforços pessoais, para que a certeza que guardam dentro de si aconteça na prática.

Se a ansiedade é uma das consequências da espera e suas incertezas; a esperança traz a paz, porque se apoia na confiança de que algo acontecerá. Se o contar com a sorte é típico daqueles que esperam; a competência é o maior trunfo de quem vive a esperança.

Esclarecidos os conceitos, preciso lembrar que atualmente muitas pessoas estão perdendo a esperança sem motivo para tanto. Não vivemos um período de guerras, nem tampouco sofremos grandes epidemias ou uma depressão econômica intratável. Nosso país passa por dificuldades semelhantes àquelas já superadas há algum tempo.

Nos últimos dois anos obtivemos conquistas simbólicas e expressivas para a nação. Nossas instituições se fortaleceram, a participação política do cidadão já é maior, grandes corruptos e corruptores estão atrás das grades e muitos governantes parecem ter acordado para o fato de que as leis agora também valem para eles.

Por todos os lados encontramos sinais visíveis de que a esperança continua a mover muita gente. Ou você acredita que alguém teria filhos, plantaria sementes, construiria novas casas ou empreenderia negócios arriscados numa economia cambaleante sem esperança? Jamais. É a certeza de um mundo melhor que nos motiva a caminhar.

O ano que se inicia pede empresas que se antecipem aos fatos. Por que implementar aquele plano de trabalho ousado só depois do Carnaval, quando o concorrente se tornar mais agressivo, os clientes minguarem, as demissões forem inevitáveis ou o mercado obrigá-lo a diminuir ainda mais o ritmo da produção?

A atitude-chave para quem quer vencer de verdade em 2016 está ligada a uma única palavra: protagonismo. Precisamos assumir as rédeas daquilo que está ao nosso alcance e deixar o vitimismo para quem prefere deitar em berço esplêndido e daqui a pouco, talvez, terá de se contentar com o chão. Mais do que assumir uma visão otimista da vida, temos de nos mexer de verdade.

Também é importante lembrar que o protagonismo é exercido com mudanças. No final do livro “Você está louco!” (Ed. Rocco), o empresário Ricardo Semler já lembrava dez anos atrás: “Se todos mudarem um pouquinho, logo teremos uma sensação de esperança, que é o que move a humanidade”.

A verdade nua e crua é que a maior parte das pessoas e empresas vai preferir esperar para ver o que acontece. Quem for ousado agora, além de manter a esperança, ainda vai aproveitar as janelas de oportunidades que estão surgindo em praticamente todos os mercados.

Como diz aquela conhecida canção do Geraldo Vandré: “Vem, vamos embora, que é esperar não é saber. Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Feliz 2016 pra você!

 

Texto retirado de RH.com.br

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